Com ameça de demissões e risco de atraso nos pagamentos, transporte coletivo pode entrar em greve no dia 1º 26/11/15

Com ameça de demissões e risco de atraso nos pagamentos, transporte coletivo pode entrar em greve no dia 1º

 

26/11/15 às 17:52 - Atualizado às 18:09 Redação Bem Paraná

Os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba podem entrar em greve a partir do dia 1º de dezembro (terça-feira). Nesta quinta-feira (26 de novembro), o Sindimoc (sindicato que representa a classe de trabalhadores) informou ter recebido um ofício no qual as empresas de transporte comunicavam a dificuldade em pagar o 13º salário, o que somado aos constantes atrasos nos pagamentos de salários e benefícios poderia resultar na demissão de até 2 mil trabalhadores do sistema.

Segundo o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, amanhã os trabalhadores farão uma assembleia às 9 e às 15 horas. A pauta principal será a abertura ou não de indicativo de greve. Caso tal indicativo seja aprovado, a partir do dia 1º motoristas e cobradores de ônibus cruzariam os braços caso o prazo para o pagamento do 13º salário (30 de novembro) não seja cumprido. 

“A pauta da assembleia de amanhã é se abriremos ou não o indicativo de greve. (Caso a greve vá realmente acontecer) A ideia é que seja posterior ao atraso do pagamento do 13º. A data limite para o pagamento é dia 30. Se não for pago, dia 1º iniciamos a paralisação”, afirmou Teixeira em entrevista ao Bem Paraná. “Claro que não é a intenção do sindicado. Nosso principal objetivo é chamar as autoridades e fazer uma mediação. Inclusive já comunicamos o poder concedente (Prefeitura de Curitiba) e o Ministério Público do Trabalho solicitando intervenção”, ressalta. 

Ainda de acordo com Teixeira, o ofício do 
Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) chegou ao conhecimento dos trabalhadores ontem por volta das 17 horas. “Nós realmente não esperávamos por isso. A surpresa foi ainda maior porque, pela primeira vez, as empresas admitiram que não tem dinheiro e que irão atrasar o pagamento. Antes, só sabíamos que havia atrasado no dia do pagamento”.

A situação é reflexo também da situação econômica que o país atravessa, acredita o Sindimoc. Segundo Teixeira, todos os setores da economia vem enfrentando dificuldades, e esse agravamente se reflete também no transporte. No entanto, reclama da falta de transparência dos envolvidos na questão, uma vez que as informações que a Urbs/ Prefeitura de Curitiba repassam são contraditórias ao que afirma o Setransp.

“Essa situação já se arrasta há alguns anos, e por isso estamos reclamando. Está saturado, o trabalhador não aguenta mais os atrasos constantes. Para piorar, nós não sabemos o que de fato está acontecendo. O Setransp diz que há atrasos nos repasses, que o pagamento total não foi feito e há um descompasso. Já o poder concedente diz que está tudo certo, que está tudo em dia. E nós ficamos no meio desse impasse”, finaliza.


VIA BEM PARANÁ