Gazeta publica artigo de Anderson sobre Lei do Desemprego

A Gazeta do Povo publicou no dia 13 deste mês um artigo de opinião que retrata bem como os trabalhadores enxergam a medida absurda que se tenta aprovar na Câmara Municipal e que causa a demissão de 6 mil cobradores do Transporte Coletivo. Enfatizando a defesa da função do cobrador, o artigo assinalou pontos importantes na tentativa de assegurar o emprego destes cobradores e consequentemente o sustento de suas famílias que, somadas aos 6 mil cobradores, são aproximadamente 24 mil pessoas que seriam prejudicadas.

Colocando o discurso de avanço tecnológico do prefeito como um canto da sereia que tenta seduzir milhares de curitibanos, a publicação da Gazeta lembra que em um levantamento feito pelo Sindimoc mostra que em várias cidades em que o cobrador foi retirado a conversa era mesma: "os cobradores serão requalificados e realocados", mas não foi bem assim que aconteceu. Em muitas destas cidades, a população atualmente até pede a volta dos cobradores, pois testemunha uma queda na qualidade do serviço e um perigo na viagem, pois o motorista é também quem exerce a função de cobrador. 

Além disso, o artigo pontua um fato que é importante destacarmos: os 212 milhões de reais que hoje é o valor dos cobradores para os patrões não só deixariam de ser injetados na economia local como também seriam uma perda para o INSS que hoje já apresenta dificuldades nos pagamentos dos aposentados. Coincidência ou não, o artigo também fala da onda de ataques que o Sindimoc vem sofrendo do prefeito, especialmente após as eleições sindicais em que a chapa apoiada pelos patrões e que conversava com os interesses do prefeito saiu derrotada.

Leia trechos do artigo:  

Lei do Desemprego: boa para meia dúzia, ruim para milhões

Curitiba não quer ver mais 6 mil trabalhadores desempregados e usuários com serviço de qualidade inferior

O projeto de lei que autoriza a implementação exclusiva da bilhetagem eletrônica em todo o transporte coletivo de Curitiba (005.00149.2018), só voltará a ser discutido no plenário da Câmara Municipal de Curitiba no ano que vem. Ainda assim, segue sendo motivo de preocupação pra nós, que jamais aceitaremos um projeto que ficou conhecido como “Lei do Desemprego”.

Ainda que a Prefeitura de Curitiba, o Sindicato das Empresas de Ônibus (Setransp) e a Urbanização de Curitiba Sociedade Anônima – URBS S/A (empresa que, sem licitação, gere o transporte coletivo em Curitiba) insistam em afirmar que estão preocupados com a “modernização do transporte coletivo como forma de benefício aos seus usuários”, é difícil levar esses argumentos a sério. O avanço tecnológico entoa um sedutor canto de sereia, mas será mesmo que o Brasil está preparado para arcar com todas as suas consequências, sem sentido absoluto?

Prefeito e patrões garantem que não trabalhadores não serão demitidos, que serão “capacitados e realocados em outros postos”, mas em todas as outras cidades em que esse projeto vingou, essa mesma promessa nunca foi cumprida. Como agravante, a atual realidade da economia brasileira escancara números recorde de desempregados. Segundo IBGE, neste terceiro semestre de 2018, há no Brasil 12,5 milhões de desempregados; no Paraná, são 516 mil; e na Região Metropolitana de Curitiba, 195 mil sem emprego. É óbvio afirmar que não existe espaço no mercado para comportar mais seis mil desempregados em Curitiba.

A demissão dos cobradores afetaria não só as 24 mil pessoas das famílias desses trabalhadores, mas também os comércios das regiões onde moram e trabalham. Um efeito nocivo em cascata. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o impacto seria de R$ 183 milhões anuais para os trabalhadores, em salários; quase R$ 26 milhões para o INSS e R$ 4 milhões para o Sistema S, totalizando quase 213 milhões de reais anualmente. Recurso que sai do bolso de seis mil famílias para engordar os lucros de meia dúzia de empresários que comandam o transporte coletivo em Curitiba.

A demissão dos cobradores afetaria não só as 24 mil pessoas das famílias desses trabalhadores, mas também os comércios das regiões onde moram e trabalham. Um efeito nocivo em cascata. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o impacto seria de R$ 183 milhões anuais para os trabalhadores, em salários; quase R$ 26 milhões para o INSS e R$ 4 milhões para o Sistema S, totalizando quase 213 milhões de reais anualmente. Recurso que sai do bolso de seis mil famílias para engordar os lucros de meia dúzia de empresários que comandam o transporte coletivo em Curitiba. LEIA MAIS NO SITE DA GAZETA DO POVO.