Urbs nega que ônibus seja ‘foco’ da Covid-19

O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, negou, em audiência pública na Câmara Municipal de Curitiba, que os ônibus do transporte coletivo sejam um foco de contaminação da Covid-19. Segundo ele, estudo epidemiológico realizado em parceria entre Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Urbs com o cruzamento de dados de CPF de usuários do cartão transporte e de pessoas com diagnóstico de Covid-19 entre março do ano passado e março de 2021, mostrou que o índice de contaminação de passageiros é inferior a 0,1%.

“No ponto alto da pandemia, tivemos 0,09% de passageiros que tinham cartão-transporte e estavam infectados”, alegou Maia Neto. Um outro levantamento apresentado pelo presidente da Urbs, realizado pela Universidade de Viçosa (MG), mostraria, segundo ele, que não dá para estabelecer relação entre o número de passageiros e o número de casos de covid-19.

O vereador Professor Euler (PSD) contestou as alegações, lembrando que a média de mortes de motoristas e cobradores pela Covid-19, ponderando-se os dados da Urbs e do sindicato da categoria, seria de 0,4%. No Brasil, com 465 mil mortes, a taxa equivaleria a 0,21%. “Por que a média de mortes de cobradores e motoristas é o dobro da média de mortes da população nacional? É só uma coincidência ou realmente o problema está dentro do ônibus?”, questionou.

“É claro que não temos como colocar um fiscal em cada um dos 1.050 ônibus da frota para checar o número de passageiros, o custo disso inviabilizaria o sistema. Mas fazemos o máximo com o que temos”, disse ele. De acordo com Maia Neto, um fator de pressão sobre a quantidade de pessoas nos terminais e ônibus municipais são as linhas metropolitanas, principalmente de Pinhais e Fazenda Rio Grande.

O presidente da Urbs, inclusive, disse que a Capital banca a integração do transporte com a região metropolitana e cobrou ajuda do governo do Estado. “A integração quem paga hoje é o Município de Curitiba”, afirmou ele.

Socorro

Maia Neto defendeu ainda os repasses de recursos às empresas de ônibus durante a pandemia, sob a alegação de compensar a queda do número de passageiros e garantir a manutenção do serviço. Segundo ele, os repasses são limitados a R$ 20 milhões por mês, enquanto a receita com as passagens gira em torno de R$ 30 milhões. O presidente da Urbs alega que o custo mensal do sistema, sem a pandemia, seria de R$ 82 milhões reais. “Com o regime emergencial, reduzimos para R$ 58 milhões na data de hoje. Uma economia de pelo menos R$ 24 milhões aos cofres públicos todo mês”, argumentou.

Fonte: Bem Paraná

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