Correios voltam ao trabalho e bancários permanecem em greve

Bancários continuam em greve e Correios fecham acordo.

Bancários: Greve arranca nova negociação com Fenaban nesta quinta

A força da greve nacional dos bancários, que completa 21 dias nesta quarta-feira (9), arrancou uma nova negociação entre o Comando Nacional, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), para ocorrer nesta quinta (10), às 10 horas, em São Paulo.

A nova rodada foi marcada após a rejeição pelas assembleias dos sindicatos da proposta de reajuste salarial de 7,1% e aumento do piso em 7,5%, apresentada pelos bancos na última sexta-feira (4), que foi considerada insuficiente pela categoria.

A Contraf-CUT enviou ontem um ofício do Comando Nacional à Fenaban, comunicando a decisão das assembleias e reiterando que "permanece à disposição para continuar as negociações para a apresentação de uma proposta satisfatória dos bancos, que atenda de fato às reivindicações econômicas e sociais da categoria".

"A continuidade das negociações é fruto da intensa mobilização dos bancários, que estão vencendo o cansaço, mostrando uma extraordinária disposição de enfrentamento, combatendo as práticas antissindicais dos bancos e fazendo a maior greve da categoria dos últimos 20 anos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

"A expectativa dos bancários é que os bancos apresentem uma nova proposta que atenda as reivindicações de aumento real, valorização do piso, PLR melhor, proteção ao emprego, melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades", destaca. "Com os lucros de R$ 59,7 bilhões entre os meses de junho de 2012 e 2013, sobram recursos para compensar o trabalho e a dignidade dos bancários", sustenta Carlos Cordeiro

Durante todo o processo de negociações da Campanha 2013, iniciado no mês de agosto, os bancos apresentaram somente duas propostas. A primeira, feita no dia 5 de setembro, foi o reajuste de 6,1% que só repõe a inflação pelo INPC no período e ignorou as demais reivindicações da categoria, tendo sido rejeitada em todo país e motivando a deflagração da greve a partir do dia 19 de setembro. A segunda proposta foi a da última sexta-feira.

Ontem, no 20º dia de greve, os bancários paralisaram 11.748 agências, centros administrativos e call centers em todos os 26 estados e no Distrito Federal, um crescimento de 91,1% em relação ao primeiro dia da paralisação, quando 6.145 dependências foram fechadas. "Não é à toa que a força do movimento afetou as vendas do comércio e a concessão de financiamentos, o que comprova a importância do trabalho da categoria para o atendimento da população e a geração dos resultados dos bancos", destaca Carlos Cordeiro.

"Os bancários querem agora também retomar as negociações das questões específicas com os bancos públicos", conclui o presidente da Contraf-CUT.

O Comando Nacional representa 143 sindicatos e 10 federações de todo país, totalizando mais de 95% dos bancários de todo Brasil. Além das entidades integrantes, participam como convidados os coordenadores das comissões de empresas dos trabalhadores dos bancos públicos federais. (Fonte: Sindicato dos Bancários Paraná)

 

CorreiosTST define pela proposta dos Correios e determina encerramento da greve

Na tarde desta terça-feira (8), o Tribunal do Superior do Trabalho - TST julgou o dissídio coletivo dos Correios, aprovando a proposta apresentada pela empresa e determinando o encerramento da greve. Os trabalhadores que aderiram à paralisação deverão retomar as atividades normais a partir da quinta-feira (10).

O tribunal manteve o reajuste oferecido pelos Correios, de 8% nos salários (reposição da inflação do período, de 6,27%, com ganho real de mais de 1,7%) e de 6,27% nos benefícios; vale-extra no valor de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro e Vale-Cultura dentro das regras de adesão ao programa implementado pelo Governo Federal. Os ministros destacaram que o reajuste ofertado pela ECT está acima dos índices inflacionários do período, citando inclusive pesquisa do DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, que demonstra que a maior parte das categorias no Brasil não obteve aumento tão significativo no primeiro semestre de 2013.

O tribunal também acatou integralmente a proposta dos Correios sobre o plano de saúde: manter na íntegra a cláusula 11 do acórdão vigente, que garante todos os atuais direitos dos trabalhadores - manutenção dos atuais beneficiários (inclusive pais do empregado que já estão cadastrados); cobertura de procedimentos; rede credenciada e percentual de compartilhamento; nenhum custo adicional, repasse ou mensalidade aos empregados. A respeito da mudança na gestão do plano, o relator do dissídio, ministro Fernando Eizo Ono, destacou que este é um assunto afeto ao empregador, e não às representações sindicais.

O TST ainda acolheu proposta da empresa para compensação dos dias parados, a fim de beneficiar a sociedade, normalizando o mais rápido possível a entrega de cartas e encomendas. A compensação deverá ser feita de segunda a sexta, em até duas horas por dia, no prazo de 180 dias. (Fonte: Sindicato dos Correios)