Sindimoc realiza assembleias em sete empresas

O Sindimoc atendendo os anseios e necessidades da sua categoria de trabalhadores, mobilizou-se na madrugada desta segunda-feira (22), e promoveu diversas assembleias em frente a algumas empresas que não cumpriram com o acordado em convenção trabalhista, que é o adiantamento salarial (vale) aos Motoristas e Cobradores do transporte coletivo.

O sindicato afirma que não realizou paralisações e sim reuniões em forma de assembleias com o objetivo de discutir com os trabalhadores do setor  medidas que o Sindimoc tomará, de forma legal, para que se ajuste a situação e que novos casos não venham a acontecer. As assembleias ocorreram nas empresas Sorriso, Redentor, Glória, Marechal, São Jose´dos Pinhais, CCD e Tamandaré.

Abaixo, trechos de reportagem da Radio Banda B sobre o assunto: 

 

“É um absurdo o que a Urbs e as empresas estão fazendo com os trabalhadores, não só os motoristas e cobradores mas todos que dependem do ônibus para trabalhar. Não arrumam uma solução definitiva e fica essa situação. Trabalhadores que não receberam o 13º integral, outros sem o adiantamento. Até quando? O Sindimoc está entrando hoje na Justiça com um pedido de bloqueio de bens das empresas para garantir o pagamento de todos os direitos da categoria”, afirmou o vice-presidente do Sindimoc, Dino César, à Banda B.A reportagem conversou com motoristas e cobradores da empresa Redentor, na CIC, e a informação é de que lá ninguém recebeu o adiantamento salarial e apenas parte dos funcionários recebeu a segunda parcela do 13º. Em assembleia realizada nas primeiras horas em frente à empresa, sindicato e trabalhadores decidiram voltar ao trabalho para não prejudicar os usuários, mas o Sindimoc garantiu que ainda nesta segunda-feira irá entrar na Justiça com um pedido de bloqueio de bens das empresas que atrasaram o “vale” ou não pagaram o 13º salário. Dino Cesar, vice-presidente do Sindimoc.

Queda de braço

Esta não foi a primeira vez que algumas empresas atrasam o pagamento do adiantamento quinzenal ou pagam menos do que deveriam. No mês passado, isso ocorreu e, de acordo com o sindicato das empresas de ônibus da capital (Setransp) foi em decorrência dos atrasos nos repasses por parte da Urbs. Pela convenção coletiva os trabalhadores devem receber até 40% do salário nos primeiros 20 dias de cada mês.

A database dos motoristas e cobradores é em fevereiro e há uma queda de braço entre Urbs e empresas para o reajuste da tarifa.

Nota Setransp

“O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) informa que a dívida nos repasses da Comec e da Urbs para as concessionárias gira em torno de R$ 15 milhões. As empresas, diante dessa delicada situação, fizeram todo o esforço possível, recorrendo novamente a instituições financeiras, para honrar os compromissos com seus colaboradores.

Segundo o acordo coletivo de trabalho, as empresas têm de pagar até 40% do salário de adiantamento, não necessariamente os 40%. Mesmo com o atraso nos repasses, algumas conseguiram pagar os 40%; outras, porém, sem recursos, pagaram dentro das condições previstas no acordo coletivo. Ou seja, as empresas não deixaram de honrar seus compromissos, aguardando, mais uma vez, o cumprimento das obrigações da Comec e Urbs, no valor de cerca de R$ 15 milhões”, encerra a nota.

Nota Urbs

1 – O Governo do Estado ainda não repassou à Urbs as parcelas do subsídio do transporte metropolitano integrado de outubro e novembro, no total de R$ 10,7 milhões.

2 – São R$ 4,2 milhões referentes a outubro, que deveriam ter sido pagos em 10 de novembro; e R$ 6,5 milhões da parcela vencida em 10 de dezembro. A previsão até 31 de dezembro é de entrada de R$ 19,9 milhões (incluindo as parcelas atrasadas).

3 – O convênio assinado entre a Urbs e a Comec autoriza a Urbs a interromper os repasses às empresas metropolitanas a partir do 20º dia de atraso nos repasses da Comec.

4 – Apesar disso a Urbs manteve os repasses a essas empresas. A irregularidade e os atrasos nos repasses têm causados sérios problemas financeiros e operacionais à Urbs enquanto gestora do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC).

5 – Em função destes atrasos, hoje o déficit do FUC com as empresas operadoras é de R$ 13,9 milhões, sendo R$ 10,7 milhões de responsabilidade do Estado.

6 – A Urbs reafirma que vem negociando com a Comec buscando a regularização dos repasses dos recursos que subsidiam o custo do transporte metropolitano integrado. Nas duas últimas semanas, a Urbs encaminhou à Comec, via ofícios, solicitação para priorização do transporte coletivo lembrando tratar-se de um serviço essencial à sociedade.

7 – Apesar deste déficit as empresas do transporte coletivo já receberam nesse mês de dezembro em torno de R$ 10,5 milhões como pagamento antecipado. São recursos das passagens pagas em dinheiro e que diariamente vão direto das gavetas dos cobradores para o caixa das empresas.

8 – Desde o início do ano as empresas já receberam R$ 880 milhões de receita oriundo de tarifa do transporte coletivo. Esse valor inclui R$ 33 milhões para pagamento dos impostos exclusivos das empresas e R$ 18,4 milhões para provisão do 13º salário dos seus funcionários.

9 – Para evitar que situações como esta se repitam, a URBS está propondo ao Comec um novo modelo de governança da RIT, no qual cada parte faz o pagamento diretamente às empresas de sua responsabilidade. Ou seja, a URBS continua fazendo o pagamento às empresas dos três consórcios licitados, que operam na capital. E a Comec cria uma conta para efetuar o pagamento direto das empresas metropolitanas.