Termina em impasse reunião entre empresas e trabalhadores do transporte coletivo

 

Terminou em impasse a reunião realizada nesta quinta-feira (14) entre o Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc) e o Sindicato das Empresas de Ônibus (Setransp) de Curitiba e Região Metropolitana para fechar a data-base deste ano. As duas partes não conseguiram avançar em relação às propostas, principalmente em relação ao porcentual de reajuste salarial. Os trabalhadores do transporte coletivo pedem 30% de aumento, mas as concessionárias do serviço afirmam ser possível apenas repor a inflação registrada pelo INPC no período, de 6,63%.

 

Com isso, foi acertada uma nova rodada de negociação, que provavelmente ocorrerá na semana que vem. A hipótese de uma paralisação semelhante a que ocorreu no ano passado segue em aberto, embora o Sindimoc afirme que esta será a última alternativa.

A reunião, realizada nesta quinta na sede da Urbs, na Rodoferroviária, teve também a participação da própria Urbs e do Sindicato dos Empregados em Escritórios e Manutenção nas Empresas de Transporte de Passageiros (Sindeesmat). Ao longo de duas horas, houve cobranças mútuas entre as partes. Após um ano de muita pressão sob o sistema, que sofre com déficit de arrecadação, perda passageiros, registra casos de atrasos de salário e tem a eficiência questionada, os representantes sindicais trocaram críticas entre si.

A pauta de reivindicações do Sindimoc contém 67 itens, como a falta de banheiro e água, não fornecimento de troco e turnos de trabalho variáveis. Na outra ponta da mesa, o sindicato patronal aponta o problema do déficit como justificativa para não oferecer reajuste acima da inflação, e entende os 30% como um valor fora da realidade. “Se levarmos apenas o reajuste da inflação para a assembleia, tenho certeza que a proposta não será aceita. Existe uma insatisfação muito grande entre a classe”, afirma Dino Cesar de Mattos, vice-presidente do Sindimoc.

A reunião também marcou a estreia do novo presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior, como negociador trabalhista. O engenheiro salientou a preocupação com o valor do aumento da passagem de ônibus. “Temos que pensar que a população vai pagar a conta”, disse.

Fonte: Gazeta do Povo