Empresas de ônibus não pagam vale e motoristas não descartam greve

Milhares de motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana novamente não receberam vale salarial, correspondente a 40% do salário, que deveria ter sido pago até segunda-feira, 20, conforme determina a Convenção Coletiva de Trabalho. Segundo o Setransp, sindicato que representa as empresas de ônibus, a Urbs não teria ajustado a tarifa técnica no valor acordado este ano. De acordo à Urbs, entretanto, o valor correspondente aos salários dos trabalhadores está sendo repassado desde março. 
 
O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (SINDIMOC) entrou nesta terça-feira, 21, com ação na Justiça do Trabalho contra as empresas de ônibus que não pagaram os vales salariais, solicitando danos morais coletivos e liminar para que haja o pagamento salarial ainda hoje, sob pena de multa de R$ 1 milhão por dia de atraso, valor determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR) no último embate jurídico entre o sindicato patronal e de trabalhadores, caso as empresas atrasassem novamente os salários.
 
Segundo as informações do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônubus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindomoc) as empresas que atrasaram o pagamento foram: Auto Viação Marechal (1100 funcionários), Auto Viação Redentor (1600 funcionários), Auto Viação São José dos Pinhais (filial) (880 funcionários), CCD Transporte Coletivo (1100 funcionários), Expresso Azul (540 funcionários), Auto Viação Tamandaré (400 funcionários),Transporte Coletivo Glória (1344 funcionários) e Viação Cidade Sorriso (1466 funcionários). 
 
O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, afirma que a categoria dos motoristas não deseja fazer greve, mas não medirá esforços para que seus direitos sejam respeitados e os pagamentos de salário aconteçam em dia. “O direito de greve é um instrumento que deve ser usado com responsabilidade, para ampliar os direitos trabalhistas e não para cobrar a conta de cada mês. O que as empresas estão fazendo é uma irresponsabilidade. Jogam a culpa na Prefeitura, mas quem acaba sofrendo os prejuízos dessa briga é sempre a ponta mais fraca: os trabalhadores e os usuários do transporte coletivo. Estamos cansados disso”, desabafa Teixeira.
 
Via Bem Paraná