Empresas negam rodízio de atraso nos vales, mas falam em colapso; motoristas podem parar
Publicado em 20 de novembro de 2015,11:27
Por Elizangela Jubanski
Diante de um indicativo de greve para a manhã da próxima segunda-feira (23) e a denúncia do Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc) feita hoje à Banda B, de que haveria uma espécie de rodízio de atraso nos vales a cada mês entre as empresas, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) nega qualquer combinação do setor para o atraso nos pagamentos. O sindicato ‘refuta veementemente a acusação de que existe rodízio entre suas filiadas para atrasar o pagamento do vale’ e, ainda diz que os donos das empresas ‘estão fazendo todo o esforço possível, recorrendo inclusive a empréstimos bancários, para cumprir integralmente com suas obrigações’, diz a nota.
Sobre o indicativo de greve já aprovado em 12 empresas para segunda-feira (23), caso o vale não seja depositado hoje, o Setransp afirma que recebeu a notícia com surpresa. Motoristas e cobradores alegam sofrer constantes atrasos e o Sindimoc, que representa a categoria, acusa as empresas de cometer atrasos para forçar a Urbs a aumentar a tarifa técnica.
Para finalizar, o Setransp ataca a administração municipal e alega que essa situação de combate entre empresas x funcionários é ‘reflexo das dificuldades por que passam as empresas de ônibus em um sistema que corre risco de colapso”.
Risco de greve
Curitiba e região podem amanhecer com greve parcial de ônibus a partir de segunda-feira (23). O Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores) já realizou assembleias em doze empresas do transporte de coletivo e abriu um indicativo de greve que só deve se confirmar onde não for feito o pagamento no vale nesta sexta-feira.
“Realizamos uma assembleia preventiva nas empresas que atrasam constantemente o pagamento do vale. Se não cair na conta, já está marcada uma paralisação das empresas que atrasarem o vale na segunda-feira. A assembleia de hoje terminou por volta das 4h35 e não prejudicou os usuários do transporte coletivo”, disse à Banda B Dino César, vice-presidente do Sindimoc.
De acordo com César, as empresas estão fazendo um rodízio no atraso do pagamento para forçar a Urbs a aumentar a tarifa técnica, que é o valor repassado às empresas por cada passageiro do sistema. “Fazem rodízio de uma forma arquitetada. Ninguém se manifesta e o problema fica para os trabalhadores. As assembleias foram nas empresas que mais atrasam o pagamento”, informou.
Atualmente, a tarifa técnica está em R$ 3,21. O valor, segundo as empresas, não seria suficiente para substituir os veículos que circulam há mais de dez anos em Curitiba. Pelo menos 183 ônibus do transporte coletivo circulam há mais de dez anos. O valor fixado também é menor do que os empresários exigiam. A tarifa não atendeu ao pedido das empresas para que chegasse a R$ 3,40.
Urbs
Em nota, a Urbs, responsável pelo gerenciamento do transporte em Curitiba, informou que os pagamentos estão em dia.
“Os repasses do Fundo do Urbanização de Curitiba (FUC) para as empresas estão rigorosamente em dia. A Urbs está comunicando aos consórcios operadores que eles serão devidamente responsabilizados caso se confirme a paralisação dos trabalhadores por atraso no pagamento.”