Motoristas abrem indicativo de greve para segunda e denunciam rodízio de empresas no atraso do vale

Por Luiz Henrique de Oliveira

 
Motoristas e cobradores de Curitiba e região metropolitana fizeram assembleias em doze empresas do transporte de coletivo e abriram um indicativo de greve para a manhã da próxima segunda-feira (23). A intenção é evitar os constantes atrasos no pagamento do vale aos trabalhadores, que tem que cair na conta nesta sexta-feira (20).

“Realizamos uma assembleia preventiva nas empresas que atrasam constantemente o pagamento do vale. Se não cair na conta, já está marcada uma paralisação das empresas que atrasarem o vale na segunda-feira. A assembleia de hoje terminou por volta das 4h35 e não prejudicou os usuários do transporte coletivo”, disse à Banda B Dino César, vice-presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc).

De acordo com Dino, as empresas estão fazendo um rodízio no atraso do pagamento para forçar a Urbs a aumentar a tarifa técnica, que é o valor repassado às empresas por cada passageiro do sistema. “Fazem rodízio de uma forma arquitetada. Ninguém se manifesta e o problema fica para os trabalhadores. As assembleias foram nas empresas que mais atrasam o pagamento”, informou.

Atualmente, a tarifa técnica está em R$ 3,21. O valor, segundo as empresas, não seria suficiente para substituir os veículos que circulam há mais de dez anos em Curitiba. Pelo menos 183 ônibus do transporte coletivo circulam há mais de dez anos. O valor fixado também é menor do que os empresários exigiam. A tarifa não atendeu ao pedido das empresas para que chegasse a R$ 3,40.

Atrasos

Há um mês,  motoristas e cobradores que fazem linhas no terminal Santa Cândida, emCuritiba, impediram a entrada e saída dos ônibus no início da noite com o uso de dois biarticulados. Além do terminal do Santa Cândida, onde o bloqueio foi total por duas horas, também foi registrado um protesto no terminal do Boqueirão,  mas de apenas um ônibus não saiu para circular. Após cerca de duas horas de protesto, os ônibus foram liberados. O motivo foi atraso no pagamento do vale por pelo menos quatro empresas.

A Banda B entrará em contato com o Sindicato das Empresas de Ônibus referente à reclamação dos trabalhadores e também com a Urbs.

A Urbs enviou a seguinte nota sobre o caso:

Os repasses do Fundo do Urbanização de Curitiba (FUC) para as empresas estão rigorosamente em dia. A Urbs está comunicando aos consórcios operadores que eles serão devidamente responsabilizados caso se confirme a paralisação dos trabalhadores por atraso no pagamento.

VIA BANDA B