Com greve, Curitiba perde 50% de usuários do transporte coletivo

O número de passageiros transportados durante o período de greve de motoristas e cobradores de Curitiba caiu pela metade, segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). A greve da categoria durou oito dias, e só terminou na última quarta-feira. Durante esses dias, a frota circulante ficou reduzida.

Os dados do Setransp são de quatro dias úteis — 15, 16, 17 e 20 de março — mais um sábado e um domingo — 18 e 19 de março. O número de passageiros pagantes nestes dias ficou em cerca de 1,6 milhão. Em um período igual — quatro dias úteis mais um fim de semana — o normal seria transportar 3,2 milhões de passageiros pagantes.

Durante a greve, a frota circulante deveria ser de 50% nos horários de pico e de 40% nos demais horários, por determinação da Justiça do Trabalho. A greve só foi encerrada na tarde de quarta-feira, depois de um acordo entre o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc), Setransp, Urbs e Comec. O acordo foi homologado ainda na quarta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR).

Multa

Com relação à multa por eventual descumprimento de frota mínima nos dias de paralisação, sua efetiva cobrança ainda será objeto de análise pela Seção Especializada do TRT-PR, que apreciará as alegações e as provas produzidas no processo de dissídio.

Procurados pela reportagem, Setransp e Sindimoc disseram ter cumprido a determinação de frota mínima nos dias de greve e garantiram que recorrerão caso alguma sanção venha a ser determinada. O sindicato patronal, por exemplo, afirmou ter “um farto material” para comprovar que os ônibus foram liberados.

Já o sindicato dos trabalhadores destacou que ainda durante a instrução do proceso, na primeira audiência, foi pedida a inclusão das imagens de segurança das 29 garagens de ônibus, o que mostraria que a frota mínima saiu, foi para as ruas. “O Sindimoc está muito tranquilo”, afirmou por meio de sua assessoria.

A Urbs informou que já encaminhou os relatórios à Justiça do Trabalho. A Comec, responsável pelas linhas metropolitanas, disse que a questão está sendo analisada pelo seu setor jurídico.