Greve dos professores da UFPR e da UTFPR começa nesta quinta-feira

Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) entram em greve a partir desta quinta-feira (17), em uma mobilização que promete ser de professores do Brasil inteiro. A principal reivindicação categoria nacional, representada pelo sindicato Andes-SN, é a reestruturação do plano de carreira, com impacto na malha salarial dos professores que possuem uma carga horária de 20h semanais.

Os professores, tanto da UFPR quanto da UTFPR, aprovaram a entrada à greve na última segunda-feira (14) em Assembleias Locais feitas nas universidades. Agora, os docentes de ambas as instituições devem produzir pautas locais para levar as negociações com o Governo Federal a as reitorias das instituições.

Segundo a diretora Melissa Rodrigues de Almeida da APUFPR, sindicato dos professores da UFPR, os professores entram em greve por tempo indeterminado a partir de amanhã. “Nosso primeiro ato de greve será uma aula pública no pátio da Reitoria da Universidade para explicarmos a nossa adesão à greve”, disse.

Última opção

Melissa garante que os professores fizeram todas as medidas possíveis para evitar a greve, mas que a principal reivindicação da greve de 2011 ainda não foi cumprida. “Não há nenhum aceno do governo que indique que vão cumprir nossa pauta. A greve foi a saída encontrada para que possamos reivindicar os direitos dos docentes da UFPR”, garantiu.

Segundo ela, a greve do ano passado não tinha um caráter nacional, o que levou os professores da Universidade a negociarem apenas uma pauta local. “Este ano temos o apoio de pelo menos 30 instituições que entraram em greve conosco a partir de amanhã”, garantiu.

Para esta quinta e para esta sexta-feira estão sendo marcadas atividades conjuntas entre professores, servidores e estudantes em pró da greve. A UFPR conta com cerca de 2.300 professores. Cerca de 40 mil alunos, entre graduação, pós-graduação, ensino técnico e ensino à distância, devem ficar sem aulas a partir de amanhã.

Reivindicações

De acordo com o sindicato nacional, os docentes reivindicam a reestruturação da carreira. A categoria espera carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho.

Os professores também querem a valorização e melhoria das condições de trabalho dos docentes nas Universidades e Institutos Federais e atendimento das reivindicações específicas de cada instituição, a partir das pautas de elaboradas localmente.

Universidades Particulares também podem parar

Os professores de universidades particulares do Paraná também podem paralisar suas atividades a partir da semana que vem e entrar em greve. Cerca de 6 mil docentes exigem um aumento na reposição salarial maior do que o proposto pelo sindicato patronal, que desde fevereiro deste ano negocia com a categoria. Segundo o Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana, a categoria defende uma reposição salarial superior aos 6,5%.

De acordo com o sindicato, o último reajuste concedido aos professores de ensino superior foi em fevereiro de 2011. No próximo dia 26, a categoria se reúne em assembleia e a partir desse encontro, a greve pode ser oficializada. A justificativa das universidades é que eles já cumprem a determinações do Ministério da Educação (MEC) referentes ao plano de cargos e salários, e por isso, não podem conceder reajustes maiores.

Cerca de 40 mil alunos de Curitiba e região metropolitana podem ser prejudicados com a paralisação dos professores.

Fonte: Banda-b