Motoristas e cobradores de Curitiba podem parar por ameaça de parcelamento do 13° salário

 

Os motoristas e cobradores de Curitiba podem parar devido à ameaça do parcelamento do 13° salário por parte da classe patronal. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (28) pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores das Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc). O presidente do sindicato, Anderson Texeira, realiza na manhã de hoje discurso na Tribuna de Honra da Câmara Municipal de Curitiba para alertar aos vereadores e a população sobre a possível greve que pode acontecer ainda neste ano.

Segundo o Sindimoc, apesar de estar dentro do prazo (30 de novembro), a primeira parcela do 13° salário dos funcionários ainda não foi paga por algumas das empresas. Isso porque, segundo informações dos trabalhadores, a classe patronal estaria pleiteando junto ao Ministério do Trabalho a possibilidade de parcelar e deixar o pagamento do 13° para 2013.

Ainda, de acordo com o sindicato, funcionários denunciaram que o Fundo de Garantia não estaria sendo recolhido em algumas das empresas. Devido a isso, os trabalhadores apontam como real a possibilidade de greve até o final do ano. A database para a negociação salarial está prevista para fevereiro de 2013, onde acontece o reajuste dos empregados e, em alguns casos, o aumento da passagem.

Prefeitura

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, disse à Banda B que a Prefeitura está em dia com os empresários do transporte coletivo e afirmou ser inadmissível um parcelamento do 13° salário. “O repasse foi feito e as empresas têm que estar com o dinheiro para pagar os motoristas. Se o motivo para não pagarem for este, vamos nos posicionar de maneira firme. Isto é algo que não pode ser feito com o trabalhador”, afirmou.

A reportagem também procurou o Setransp (Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana) e aguarda retorno.

Greve em fevereiro

Em fevereiro, durante dois dias, os motoristas e cobradores de Curitiba pararam. A greve terminou no no dia 16 de fevereiro depois que a classe patronal ofereceu 10,5% de reajuste no salário, R$ 200 de vale refeição, além de um abono único de R$ 300 no salário de junho. Na ocasião, os quase dois mil trabalhadores aceitaram a proposta e aos gritos comemoram o fim das negociações. Com os reajustes, o salário dos motoristas com o vale refeição adicionado foi para R$ 1701,69 e o dos cobradores aumentou para R$ 1051,29.