Tribuna: Testes de câmeras em ônibus metropolitanos começam ainda este mês
Reportagem do jornal Tribuna mostra o sucesso de nosso ato na terça-feira (05):
Motoristas e cobradores do transporte público tiveram apoio dos passageiros durante a manifestação que parou por uma hora o fluxo dos veículos, na manhã da última terça-feira. A população disse que se sente insegura dentro dos ônibus e reclamou que, até agora, pouca coisa tem sido feita.
Durante a parada dos trabalhadores, todos os ônibus que tinham ponto nas praças Rui Barbosa, Carlos Gomes, Praça Osório, Praça Zacarias e Tiradentes, além da Travessa Moreira Garcês e Rua Nestor de Castro, ficaram sem rodar das 9h às 10h. Para esta quarta-feira (6), uma nova manifestação está marcada entre 15h e 16h e deve afetar as mesmas linhas.
“Tem que parar muito mais do que uma hora, porque eles estão precisando e ninguém faz nada. Só sabem jogar pedra em quem já tem um caminhão cheio”, desabafou uma idosa que passava pela Praça Rui Barbosa no momento da manifestação.
Ari, que seguia para o trabalho, não sabia da manifestação, mas achou válida. “Tá complicado. Existe muito assalto, muito roubo. Acho válida, apesar de eu chegar atrasado no trabalho, mas explico para o chefe”, comentou o rapaz, que desceu do ligeirinho da linha Colombo/CIC e dividiu a mesma opinião com outra passageira. “Vou me atrasar no serviço, mas tudo bem, a violência está grande, faz parte, tem que ter alguma atitude mesmo”.
Comissão de segurança
Os casos de insegurança dentro do transporte público sempre foram relatados e denunciados pelos motoristas e cobradores, mas se tornaram mais evidentes desde julho deste ano, quando um motorista foi assassinado em um arrastão em Colombo. Nesta semana, um cobrador foi morto dentro de um coletivo e um motorista esfaqueado dentro de um ligeirinho. Além disso, casos de arrastões e assaltos também aconteceram nos últimos dias.
Depois da morte do cobrador em Colombo, uma comissão de segurança foi criada para discutir os pedidos da categoria. A principal reivindicação é a instalação de câmeras de segurança nos coletivos. Segundo o Sindimoc, de julho pra cá, várias reuniões já foram feitas e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) foi a única que apresentou uma tentativa de solução para o pedido dos motoristas e cobradores. De acordo com o sindicato dos motoristas, a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) ainda avalia a situação.
Conforme a Comec, o comitê tem se reunido a cada 15 dias para pensar em soluções e neste mês, os testes dos equipamentos de monitoramento vão começar a ser feitos na RMC. A Comec explicou que são seis empresas de tecnologia, que estão testando seus sistemas nos ônibus de diferentes permissionárias, para que depois o resultado seja analisado pelo Comitê Permanente de Segurança no Transporte Coletivo Metropolitano.
Outras cobranças
Outra demanda dos trabalhadores do transporte coletivo era a criação de um setor de inteligência que reunisse os representantes do Sindimoc, das forças de segurança e das empresas, para que a comunicação dos eventuais assaltos fosse mais rápida. Segundo o sindicato, este pedido já foi aceito e o setor tem funcionado. Agora, os órgãos de segurança pública têm acesso a relatórios e levantamentos dos locais e das linhas com mais ocorrências de furto, roubo, vandalismo, assédio sexual e fura-catraca. O outro pedido do Sindimoc, de que houvesse uma espécie de capacitação de motoristas e cobradores para saberem lidar em situações de risco, também está fluindo. A Comec explicou que palestras com motoristas e cobradores das empresas metropolitanas estão sendo agendadas.
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