BRT Leste-Oeste - Banco dos BRICS valida investimentos de R$ 474 milhões à evolução do transporte

O Conselho de Administração do New Development Bank (NDB), o banco dos BRICS, aprovou investimentos de US$ 93,75 milhões (R$ 474,37 milhões) à evolução do transporte de Curitiba no corredor Leste-Oeste, na ligação entre Pinhais e a estação CIC-Norte. Serão US$ 75 milhões (R$379,5 milhões) financiados pelo NDB e US$ 18,75 milhões (R$ 94,87 milhões) em contrapartidas municipais, num programa a ser executado em cinco anos. O cálculo em reais leva em conta a cotação do dólar a R$ 5,06, nesta quinta-feira (17/12), pelo Banco Central (Bacen).

A aprovação consta em documento divulgado pelo banco, com data de terça-feira (15/12). Foram cerca de cinco meses para a validação da operação de crédito pelo board do NDB, desde a entrada do projeto pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), em 3 de julho. A preparação da operação de crédito de Curitiba junto ao NDB já havia sido autorizada pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) do Ministério da Economia pela Resolução número 01/0140 de 15 de maio de 2020.

“A evolução do transporte de Curitiba, com veículos movidos a nova matriz energética e projetos adequados ao desenvolvimento sustentável, representa um grande legado da gestão do prefeito Rafael Greca para a cidade”, afirma o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Luiz Fernando Jamur.

Até que seja assinado contrato de financiamento para o chamado Programa de Aumento da capacidade e Velocidade do BRT no eixo Leste-Oeste e Sul e definidos os cronogramas de desembolso, serão seguidos os trâmites de empréstimos internacionais avalizados pela União, que passam pelas etapas de validação pelo governo federal e posterior aprovação pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE).

Geração de empregos

Segundo cálculo da Assessoria Especial do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), cerca de 24 mil empregos, entre diretos, indiretos e induzidos serão gerados com os investimentos nos projetos e obras do Ligeirão no corredor Leste-Oeste. O levantamento do Ministério, feito com base em estudos da FGV e em dados do BNDES, tem como referência empregos gerados a cada R$ 1 milhão investidos em ações relacionadas empreendimentos que envolvem a construção civil.

Transporte e meio ambiente

Entre os benefícios para o transporte público e ao meio ambiente estão o aumento da velocidade média operacional em 35%; a redução no tempo de viagem em 25%; o aumento do número de passageiros em dias úteis em 5% e a redução das emissões de CO2 em 14%, com a operação de ônibus elétricos na Linha Direta.

O projeto contempla a reestruturação do corredor de transporte com pista de ultrapassagem para o Ligeirão Leste-Oeste, novas estações, modernização de terminais e melhorias viárias no entorno. A estrutura do eixo de transporte seguirá o que prevê a certificação Greenroads®, que inclui pavimento permeável, estrutura cicloviária ao longo da extensão, sistema de coleta de água da chuva, semaforização inteligente, entre outras inovações de acessibilidade segura, paisagismo e iluminação.

Nesse itinerário serão implantados 44,8 km de ciclofaixas e 66 paraciclos. Com a implantação da estrutura de ultrapassagem entre as linhas, a operação do eixo será dividida em linhas "paradoras" as quais farão paradas em 34 estações e 5 terminais ao longo do eixo (com distância média entre as paradas de 500 metros; e a Linha Direta Ligeirão, que fará paradas nos 5 terminais de integração e nas estações de maior atratividade do sistema (com distância média entre as paradas entre 2 km e 3 km).

O projeto prevê a revitalização de obras complementares ao sistema de transporte, como a restruturação viária de 7 km no binário das ruas Olga Balster e Nivaldo Braga e do entorno do Terminal Capão da Imbuia.

Ainda para o Corredor Leste-Oeste, estão previstas a implantação de três estações de transporte, a reforma do terminal de integração Centenário e Vila Oficinas e a reconstrução dos terminais Capão da Imbuia e Campina do Siqueira.

Contrapartidas municipais

As obras já em curso para a finalização do Ligeirão Sul, desde a Praça do Japão ao Pinheirinho, feitas com recursos do tesouro municipal, já incluem a contrapartida da Prefeitura ao financiamento do NDB para o corredor Leste-Oeste. Estão sendo feitas melhorias em 13 pontos de parada existentes no itinerário ao sul, além da reestruturação viária de aproximadamente 4 km de canaletas exclusivas. As intervenções incluem ainda implantação de aproximadamente 15,6 km de ciclofaixas e de 26 paraciclos. Com o Ligeirão Norte-Sul operando em sua totalidade, o usuário terá redução do tempo de deslocamento em 26%.

Fonte: Urbs