Doze mil motoristas e cobradores de Curitiba e Região continuam sem assistência médica
Sem repasse das empresas, trabalhadores e familiares perdem direito a mais de mil tipos de exames. Consultas com especialistas já haviam sido suspensas na semana passada
O sistema de saúde dos motoristas e cobradores realiza 7,2 mil atendimentos e 1,6 mil exames por mês, de trabalhadores e dependentes, em média, considerando o período de 2011 a 2014. Ao todo, neste período, foram 346,6 mil atendimentos e 76,8 mil exames, operados por dezenas de laboratórios ligados ao sistema, que é administrado pelo sindicato da categoria. Todos os trabalhadores pertencentes à categoria e seus familiares tem direito à sua utilização gratuita. Como as empresas do transporte coletivo não dispõem plano de saúde para seus empregados, 100% dos trabalhadores utilizam o Sistema, como alternativa ao Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, estão todos, trabalhadores e familiares, dependendo do SUS.
Indignação
A indignação tomou conta de motoristas e cobradores durante a virada deste ano, quando a exemplo dos anos anteriores, tiveram o 13º e o salário de janeiro atrasados. Atrasos salariais se tornaram recorrentes na cateogoria desde dezembro de 2012, quando o 13o salário foi parcelado em quatro vezes, a revelia da legislação trabalhista brasileira. A gota d’água veio nessa semana, quando houve novo atraso no pagamento do “vale”. Durante todo o final de semana, milhares de ônibus de Curitiba e Região circulam com adesivos onde se lê “Veículo dirigido por trabalhador sem pagamento”. Trabalhadores também utilizam narizes de palhaço e adesivos no uniforme com a frase “Eu mereço receber meu salário em dia!”
Greve geral por tempo indeterminado
A greve geral no transporte coletivo de Curitiba e Região tem início 0h de segunda-feira e não tem data para acabar. O estopim do problema foi o não pagamento do “vale” até sexta-feira (23) por 80% das empresas do transporte coletivo – a data do pagamento era dia 20.
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