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Aumento da passagem para R$ 4,25 considera aumento de custo com pessoal de 16,47%, aponta Dieese

Aumento da passagem para R$ 4,25 considera aumento de custo com pessoal de 16,47%, aponta Dieese

Segundo um estudo realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos), o aumento da passagem de ônibus de R$ 3,70 para R$ 4,25 (no valor de 55 centavos), considera um aumento de custo de pessoal, operacional e encargos de 16,47% para todos os trabalhadores do transporte coletivo.

Normalmente, a Prefeitura de Curitiba e a empresa que gerencia o transporte - a Urbanização de Curitiba Sociedade Anônima (Urbs S/A) - definem a tarifa técnica após a negociação com os motoristas e cobradores. Este ano, entretanto, a nova administração anunciou a nova tarifa cobrada para o usuário antes mesmo de começar a ser discutida a data-base.

Teoricamente, conforme contrato, a tarifa teria que ser ajustada no final de fevereiro, mas o reajuste ocorreu no início do mês. E um dos grandes problemas, inclusive, foi a falta de transparência.

O aumento expressivo, de 15% na tarifa do usuário não veio acompanhado da explicação adequada. Após muita pressão da sociedade, foi divulgado um gráfico. No dado sobre o custo dos trabalhadores, comparando com o que gastam na tarifa técnica atual, significaria um reajuste salarial de acima de 15%. 

Sandro Silva, economista e coordenador técnico do Dieese (Estudos socioeconômicos), afirma, contudo, que um fator que pode ter sido levado em conta é a questão da queda do número de passageiros. 

 

Sem as escalas de trabalho, não há como acompanhar

Desde que foi notificado, às 14h25 de quarta-feira (15), o Sindimoc orientou os trabalhadores e vem cumprindo com a determinação judicial. A decisão exige 50% de frota mínima nos horários de pico - de cinco às nove horas e das 17 às 20 horas - e 40% nos demais horários.

Contudo, o Sindimoc ingressou no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR) com um Mandado de Segurança, solicitando às empresas que forneçam as escalas de trabalho dos ônibus, que vem sendo sonegada.

Sem elas, o Sindimoc não consegue acompanhar os percentuais de veículos que saem às ruas, para que possa ser cumprida a frota mínima. Em alguns casos a empresa solta 2,5% da frota, expondo o Sindimoc à multa judicial milionária e à desgastes perante a opinião pública. Em outros, a empresa solta 100% da frota, violando a determinação judicial e o direito à greve e organização previsto na Constituição Federal.

As empresas Expresso Azul (que administra os ônibus na região de Pinhais, com 710 motoristas e cobradores) e Campo Largo (que atua na região oeste de Curitiba metropolitano, Campo Largo, Araucária e Balsa Nova - com 500 trabalhadores), são exemplos que soltaram 100% das linhas, ferindo o direito constitucional de greve dos trabalhadores.

Já a empresa Glória, que atua na região centro e norte de Curitiba, com 1344 motoristas e cobradores, fez o extremo oposto, soltando menos de 3% da frota e, inclusive, recolhendo carros na rua, expondo o sindicato à uma multa milionária, com a clara intenção de destruir a representação dos trabalhadores. 

"Como podemos acompanhar o cumprimento da frota mínima se as empresas estão se negando a fornecer essas informações? Na forma como está agora, pode acontecer de uma empresa colocar 10% ou 90% da frota para circular, e o Sindimoc não tem controle algum sobre a situação", denuncia o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira.

 

Multa de R$ 100.000,00 por hora é incompatível com capacidade financeira dos trabalhadores

O Sindimoc considera abusiva a determinação da desembargadora Marlene Teresinha Suguimatsu. O valor de 100 mil reais por hora é totalmente incompatível com a capacidade de pagamento da entidade e fere o direito da razoabilidade.

Por isso, na noite de quarta-feira (15), o Sindimoc pedindo a redução do valor da multa imposta aos trabalhadores e questionando os percentuais estabelecidos de frota mínima.

O direito à greve está previsto na Constituição Federal e é assegurado pela Lei 7783, de 1989. Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc, ressalta que os trabalhadores estão em greve por razões legítimas. “Diariamente temos sido massacrados com condições de trabalho sub-humanas, atrasos de salários e todo tipo de situação. Agora é o momento de nos unirmos e lutarmos para melhorar nossa realidade".

 

Empresas que gerenciam o transporte permanecem omissas

Com metade da frota circulando, os acomodados e omissos (Prefeitura de Curitiba, Urbs S/A e Comec) seguem fingindo que o problema não é com eles. Mesmo que caoticamente, o sistema continua rodando com metade da frota e não permite que a função da greve seja cumprida.

Desde o momento em que os trabalhadores protocolaram indicativo de greve no dia 10, não houve nenhuma proposta de negociação salarial por parte dos empresários. Passaram-se seis dias e até agora ainda não nos telefonaram pra fazer uma nova proposta.

Tampouco estão se importando com a situação do transporte coletivo em Curitiba. Foram convidadas para participar de todas as reuniões realizadas no SRTE, entre Sindimoc e o patronal, e não compareceram. Agem como se o problema não fosse com eles!

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